sábado, abril 3

Quando tudo parar

Quando tudo parar quero estar ao meu lado
Quando não tiver mais que correr, flutuar
Quando não for mais necessário fugir, repousar
Vou gritar bem alto, bradar
tão alto quanto não consigo agora.

Chorarei brandas lágrimas que sobre solo farão brotar rosas
daquelas vermelhas envoltas de espinhos

Será essa a lembrança de que a beleza pode machucar

Não o bastante para a morte
mas o suficiente para marca, pequena
quase imperceptíveis a distraído olhar.

Quando tudo parar vou começar novamente
Em minha morada uma nova janela se abrirá
e um novo céu há de surgir
tão azul, ou cinza, que seja
por trás de nuvens emaranhadas

Sua imagem não será mais presente
e outras hão de ser contempladas.

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