sexta-feira, abril 30

Quero escrever-te palavras de amor
as que nunca foram pensadas ou pronunciadas
somente sentidas, mas não sei fazê-lo

Assim, rasgar-me-ei o peito aos berros com navalha afiada,
liberando a luz que irradia minha alma pela manhã
ao universo invisível que habita meu ser,
exibindo o corpo nu ao ensolarado céu e à tempestade proeminente

Que me toque o veludo das rosas vermelhas em seu jardim
o aroma que invade pensamentos e inebria
beijarei sua boca com toda vontade contida a tempos
Derramando sobre ti meu amor

Sinta, rainha do Lago, o calor de minhas palavras não ditas
São todas elas pra você,
junto às estrelas caídas na neblina da serra florida
que colhi para iluminar-te os sorrisos de mulher feliz

Lembra-te bem amada, estarei caminhando contigo
mesmo em estrada distinta rumo a lugar algum dentro de nós
Se um dia chegares mais perto, agarre minha mão com força
e me enlace a cintura com tuas pernas para não mais me deixar partir.
Sinto a brisa que passa lá fora
aqui dentro não estás
sua presença em mim é constante
foi-se o amor que a pouco era eterno
agora somente a distância
Estou fugindo para lugar bem longe onde a dor não me alcance
e pela manhã o canto dos pássaros
Estirada,
uma mão a passear por dentre as pernas e seios fartos
instantes eternos para ler suas mensagens subjetivas
Fechei os olhos amor, para não veres que eu sou
mantendo assim o mistério que te trouxe a mim.

Entre respirações ofegantes
suor, pêlos...palavras desconexas dizendo algo ainda incompreendido
Mordi você em muitos lugares por te querer devorar
Ouvi os suspiros e calei a saudade do canto que me faltava
e há tanto fora abandonado

Adormeci exausta, em seus braços o aconchego marcante
Corpos encaixados...
Não seria uma manhã qualquer!

5 de março de 2009

De primeira vista pareceu-me além
menos os sorrisos silenciosos
que se fizeram presentes.
Em lembranças atemporais,
o vigor do toque de suas mãos
aí me ganhastes, sutilmente.
Energia indomada percorreu o caminho até a nuca,
presentiei-lhe olhares maliciosos.
Ainda há muito a desvendar...

quinta-feira, abril 22

Quero-me apaixonada
descer ladeiras sem freios intensidade
para devorar palavras,
sentir as entranhas

Soprarei as mariposas que repousam no vazio
e uma dança há de começar
Quero-me apaixonada
por mim, por ti, ele...ela por todo ser pulsante

Como sangue que corre inconstante
quente é o meu corpo sobre a cama
sentindo a pressão expandir

Por segundos não poder respirar, parar
meu calor derramado em meus lençóis
O sopro de liberdade

sábado, abril 17

Salvador, 17 de abril de 2010

Escrevo-lhe sobre assuntos pequenos, coisas do dia-a-dia, quase que sem importância. Como foi aquela reunião da qual me falara?
choveu no caminho? reclamemos juntas do trânsito estressado.
Como vai sua vida?
E o trabalho está legal?
Onde está aquele amigo seu que não vejo a tempos, têm saído juntos?

Já demos boas risadas, não é?

Sinto sua falta e queria que tudo fosse diferente.

Mas no fundo o que mais quero é que breve chegue o dia em que olhe nos meus olhos e não te enchergue mais em mim!
Tenho saudades dos dias que não teremos
foi pouco tempo, amor!
Queria saberte plenamente
será alguém capaz de fazê-lo?
Da intimidade pulsante
à exaustão da excitação saciada
Sinto ainda seu corpo como se meu em outrora
pulsando no silêncio do infinito universo
Em verdade lhe digo: amo te...secretamente!
Dancei sobre os quadris
Senti os perfumes,
beijei o sorriso solto pelos lábios desejados
li suas palavras não pronunciadas
chorei tuas lágrimas, bebi teu vinho
embriaguei-me em teu hálito cálido em tarde serena
Sei suas sardas e cicatrizes
a pele em mármore Monalisa
Vênus de Milo particular
Olhos espertos e sono partindo em fuga ao sul
como pássaros em época de inverno
lugar ao qual não se pode alcançar

Aqui sua ausência presente
amor e cumplicidade desmedida
sorriso em cor azul resplandescente
iluminado ao raiar do sol

adoro-te despida e descalça pela manhã
adoro-te coberta a fugir das brisas e serenos
era lago de gotas de orvalho, meu bem!
Assim partiste, distante
deixando para trás inebriante aroma de sal
Por que foges, amada?
Não sabes tu que rio corre para o mar?

Céu em tom de grís em dias frios
há noites que vejo o amanhecer
meus lençóis não tem mais teu calor
Sou sereia sem marinheiro naufrago.

Imaginas a dor de uma paixão sem fim
és mulher, a soberana em território meu
Venha a mim, não prolongue a espera

Lamento triste em dedilhar de uma poesia
Minha melodia chega a ti com os ventos sul
já não mais entendes a canção.

terça-feira, abril 13

Tempestade

Acalma-me chuvas intensas, tão quanto a paixão.
Ventos revoltosos sobre as árvores, através
e além, tombam indocilmente sobre solo encharcado
onde despejastes sementes de calmaria e silêncio.

Amor meu, gota precipitada é dádiva divina,
lavando a fundo minh'alma cansada,
Como numa chuva inversa
vê-se lágrimas pela face dourada.

Em pranto suave,
triunfantes olhos de ébano observam chegar o anoitecer
nuvens espessas, raios a cortar o céu...trovões e trovoadas.

Digo-lhe: não se assuste, bem-amada!
Somente brisa marinha chegará a ti
As águas tempestuosas levarei comigo.

Sem Título

Essa moça de jeito engraçado
que dança ao balanço do mar
tem na cabeça cachos emaranhados
as voltas de perdição.

Tem no ar o poder da Deusa
beleza, leveza, franqueza
somente em samba se pode encontrar
ao rítmo o pandeiro ressoa


A cada passada tua
flores brotam do chão
São cravos, jasmins e rosa em botão.

Percorre essa moça todas as águas profundas
a buscar perguntas para respotas
que encontra em si.

quarta-feira, abril 7

Rebuliço

Hoje o dia foi feliz
Ontem somente a respiração incostante
e sorrisos abobalhados.

Pensamentos viajantes de galope
Florecem como mangueiras no verão
Aguardando o vento circular interior,
que encontre um ponto de repouso
mas pode o vento parar?

Aí que está a beleza de tudo!

sábado, abril 3

Eternas

Acompanha-me meu bem, na cama!
em noites de Lua crescente
a iluminar a beira-rio

Corra comigo a dar voltas e saltos
pelo caminho não se perca
sem qualquer lugar, sem destino

Ensina-me o que não sei
Que aprenda como criança
e da própria queda sorria

Busquemos sempre o primeiro passo
tantos quantos forem necessários
voltemos e recomecemos, sempre

Leve-me, siga-me, ama-me e liberta-me
companheiras eternas de uma vida só
Amor que caiba na imensidão do ser.

Quando tudo parar

Quando tudo parar quero estar ao meu lado
Quando não tiver mais que correr, flutuar
Quando não for mais necessário fugir, repousar
Vou gritar bem alto, bradar
tão alto quanto não consigo agora.

Chorarei brandas lágrimas que sobre solo farão brotar rosas
daquelas vermelhas envoltas de espinhos

Será essa a lembrança de que a beleza pode machucar

Não o bastante para a morte
mas o suficiente para marca, pequena
quase imperceptíveis a distraído olhar.

Quando tudo parar vou começar novamente
Em minha morada uma nova janela se abrirá
e um novo céu há de surgir
tão azul, ou cinza, que seja
por trás de nuvens emaranhadas

Sua imagem não será mais presente
e outras hão de ser contempladas.

quinta-feira, abril 1

Antes o mundo era pequeno, aí invetaram a roda!

No meu tempo de criança
meu mundo era pequeno
mas parecia gigante

Grandes aventuras ao escalar sofás
grades de janelas e estantes de madeiras
ladeiras - montanhas a serem desbravadas

Minhas andanças eram a pé
de bicliceta, bogoball (quem não conhece vai pesquisar!)
na velocidade que fosse
eu chegava onde era para estar

As vezes na hora errada
ou muitas outras vezes hora atrasada.
mas minhas melhores andanças
eram aquelas onde tinha um parceir@ a acompanhar

Alguns caminhos a gente não faz só
aos meus parceir@s eu agradeço
todas as pipas empinadas
as corridas apostadas

figurinhas premiadas
gol's feitos e tomados
todos os pneus furados

campanhias buzinadas
machucados, pancadas
quedas, castigos, palmadas

banho de represa, sujeira de lama
carrapatos e guerra de mamonas
Tudo o mais que não couber nesse texto
deixo na lembraça!

A chuva corre

Era uma vez alguém,
que depois de alguns anos morando em outra cidade,
voltara pra casa e teve aquela sensação muito boa
e ao mesmo tempo ESTRANHA!

Isso porque alguém acostumou-se a dançar,
afinal, quem anda dança.
Só que a antiga cidade não anda,não canta...não dança,
a cidade vive sentada!

Ao perceber a cultura local alguém via-se com as seguintes opções:
1.sentar no barzinho,
2.sentar no barzinho e beber,
3.ou ainda, sentar no barzinho beber e comer

Daí alguém perguntou:
- Quando essas pessoas dançam???

Alguém já disse que só acredita num Deus que dança.
Acho que foi Gilberto Gil
Alguém só acredita em pessoas que dançam...
e bebem,o suficiente para a sinceridade aflorar.
Não importando se dançam porque bebem
ou se bebem porque dançam.

Então fico eu aqui pensando ao som da chuva que cai.
Triste o povo que vê a vida passar sentado,
sem ao menos caminhar, a caminhada dá essa ideia,
de estar indo a algum lugar, mesmo que sem destino.

Até a chuva, essa mesmo que cai e embala pensamentos ridículos,
mesmo quando cai devagar... suavemente,
ao se ver próxima do destino,a chuva corre!