quarta-feira, janeiro 5

Para onde foi minha poesia?
Se perdeu no tempo, espaço, minha imensidão plural...na sua!
deixa meu coração tocar o seu, bater a mesma batida, sentir a mesma pulsação.
o sangue que corre meu corpo adentra-te?
sua mente sentir meus pensamentos, minhas preces,
vibra teu corpo com as canções que lhe canto em silêncio?
Perceba que lhe busco em todos os lugares, vejo suas cores, silhueta...
O invisível dos teus olhos nos meus.
Toca minha pele com verbo proferido ao longe que assim estamos seguras.
De pronto te quis
Com fome de quem há muito não come
De tanto devorar-te abriu um fenda em meu peito
É luz de pensamento que leva a você,
Assim, os caminhos te trazem a mim
Fecho os olhos para ver tua pele despida
À luz de chamas escassas das velas usadas
Em noite de julho,
Sigo percorrendo meu caminho
Numa solitária travessia a beira-mar.
Ontem o por do sol foi exuberante,
mas não tanto quanto te ver despertar.

Quanta beleza pode caber num sorriso?
Encantaste-me como se encantam as serpentes do deserto,
com melodia...

No ritmo cadenciado dos teus quadris junto aos meus
Desabam as máscaras que venho bordando há dias com pedras e ferro.

Desarma-me com sopro singelo, minhas muralhas ao chão
Para onde mira teus olhos?

Caminha comigo se me alcança os passos
Sou fera alada, já me custa não voar.
Fora primeira vista ao despertar da manhã
E meu olhar se fez contente.

A luz repousada sobre a pele alva, que a pouco recebia a brisa da manhã,
escapava por entre as nuvens espessas que o dia não queria mostrar.

Presenteou-me belos olhares de mar, imensidão
Fui puro encanto... de pronto lancei-me às águas desconhecidas.

Embala a aura moça, que a noite é fria, dança comigo, meu corpo e o seu,
Suavemente, em nosso compasso manhoso.

Assim entrelacei meu caminho com uma flor rara
Que exalava cheiro inebriante por todo lado de mim, embriagando pensamentos, fervendo a alma calma.

Era noite de inverno, alguém chama-me distante... ela responde,
Tinha mesmo nome que eu.